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A 19ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Andradina trouxe à tona discussões cruciais para o desenvolvimento social e econômico da cidade. Em entrevista exclusiva à Rádio Metrópole, o vereador Hugo Zamboni detalhou a aprovação de projetos de lei importantes e a crescente preocupação com o futuro das tradicionais feiras livres após a inauguração do novo Barracão do Produtor.
A sessão marcou a aprovação da desafetação de três áreas públicas – duas no bairro Gasparelli e uma no Nova Canaã. Originalmente destinadas a serviços sociais e espaços de lazer, essas áreas agora serão utilizadas para a construção de moradias populares. O projeto visa implementar 200 unidades habitacionais pelo programa Minha Casa Minha Vida (Faixa 1), do Governo Federal, e outras 60 unidades pelo CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), do Governo do Estado.
O vereador Hugo Zamboni ressaltou a importância dessa iniciativa diante do déficit habitacional e dos altos valores de aluguel em Andradina. “Passamos por um ciclo legislativo de quatro anos sem implementar nenhuma casa popular. Essas 260 moradias representam um passo significativo para muitas famílias”, afirmou Zamboni.
É importante frisar que, no momento, a medida aprovada se refere à destinação das áreas. O processo de inscrição e sorteio das moradias ainda não foi iniciado e será amplamente divulgado nos canais oficiais do governo quando estiver definido. “A população está ansiosa para saber como se inscrever, mas esta é a primeira fase de formalização: a destinação da área. O projeto, as inscrições e todo o desenvolvimento virão em seguida”, explicou o vereador, pedindo calma para evitar “alvoroço” desnecessário.
Outro tema central da sessão foi o futuro dos feirantes de Andradina com a iminente inauguração do novo Barracão do Produtor, localizado na Avenida Barão do Rio Branco. Um requerimento coletivo, apoiado por todos os vereadores, foi protocolado solicitando esclarecimentos da prefeitura sobre a destinação dos feirantes.
A principal preocupação reside na falta de informações claras sobre como será o processo de transição, os custos envolvidos, e se haverá algum tipo de prioridade para os feirantes já estabelecidos. “Muitas pessoas dependem da feira para o seu sustento. É fundamental saber se o modelo do novo mercadão será interessante para todos, e o que acontecerá com as feiras nas praças”, ponderou Zamboni.
O vereador destacou a incerteza sobre a manutenção das feiras tradicionais nas praças, como a icônica feira de domingo. “Se houver uma grande adesão ao novo mercadão, como ficarão as feiras com apenas um ou dois feirantes? Será que haverá demanda para ambos os espaços? Essas são as perguntas que a população nos faz e não sabemos responder”, desabafou.
Andradina possui diversas feiras espalhadas pela cidade, como a de terça-feira nos Salamares, a de quarta na Praça Japão, a de quinta na Praça Teodoro, a feira do produtor familiar às sextas no Centro Cultural, e a tradicional feira de domingo. Além delas, há também feiras no Miguelão e na Santo Cecília. A tradição de consumir um pastel e um caldo de cana, especialmente na feira de domingo, é um patrimônio histórico e cultural da cidade.
Zamboni fez um paralelo com a implementação do calçadão, que afetou o fluxo de lojas e alguns comércios não se adaptaram. “É crucial que o município sente com os feirantes, as partes interessadas, e ouça suas preocupações. É preciso estabelecer regras, critérios e, principalmente, formalizar se as feiras nas praças serão mantidas e como será o processo de manutenção para elas”, enfatizou o vereador.
A expectativa da Câmara é por uma comunicação mais assertiva e ampla por parte da prefeitura, garantindo que os feirantes tenham tranquilidade e que os vereadores possam dar respostas claras à população. A Rádio Metrópole reafirmou seu compromisso em continuar acompanhando de perto esses temas de relevância para a comunidade de Andradina.
