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Destaque em Índice Nacional, Mas Saúde Pública Vive um Verdadeiro Caos

O município de Andradina ganhou destaque recentemente ao aparecer entre os melhores colocados no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) no quesito saúde, superando cidades maiores da região como Araçatuba, Birigui e Penápolis. Contudo, os números divulgados escondem uma realidade bastante distinta vivida diariamente pela população: a saúde pública local está em estado de colapso, com pacientes enfrentando longas filas, escassez de médicos e precariedade nos atendimentos básicos.

A pergunta que paira no ar é: como uma cidade que vive um verdadeiro caos sanitário pode figurar entre as melhores no ranking regional da saúde?

O PARADOXO DO IFDM

O IFDM, elaborado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), utiliza dados oficiais referentes a 2023 para avaliar os municípios brasileiros com base em três áreas: educação, emprego e renda, e saúde. No caso da saúde, os critérios incluem cobertura vacinal, número de médicos por mil habitantes, internações por causas evitáveis, qualidade do pré-natal, gravidez na adolescência e impactos do saneamento.

Andradina aparece em quarto lugar na região administrativa de Araçatuba, atrás apenas de Santópolis do Aguapeí, Bilac e Barbosa — municípios cuja população somada mal alcança 20 mil habitantes. Com cerca de 57 mil habitantes, Andradina se destaca por manter desempenho superior a cidades mais estruturadas, segundo o índice.

Mas a análise técnica precisa ser confrontada com os relatos cotidianos da população.

SAÚDE PÚBLICA EM COLAPSO: O QUE A POPULAÇÃO VIVE

Apesar dos indicadores razoáveis no IFDM, basta visitar qualquer unidade de saúde básica (UBS) ou o Hospital Municipal para se deparar com uma realidade que desmente os gráficos: falta de medicamentos, ausência de especialistas, filas intermináveis, ambulâncias sucateadas, e uma burocracia que impede agilidade nos atendimentos.

Pacientes com quadros simples esperam semanas por uma consulta médica. Exames de imagem e cirurgias eletivas são constantemente remarcados ou sequer têm previsão. A atenção básica está fragilizada, gerando uma avalanche de casos nas urgências e emergências, muitas vezes sobrecarregando o hospital municipal, que opera com equipes reduzidas e infraestrutura precária.

UM DEBATE NECESSÁRIO: O QUE DIZEM OS NÚMEROS E O QUE DIZ A RUA

Os bons índices de Andradina levantam um debate crítico: até que ponto os indicadores estatísticos refletem a realidade concreta da população? O IFDM, embora seja baseado em dados oficiais, nem sempre capta a qualidade do serviço prestado ou o sentimento de abandono vivenciado por quem depende exclusivamente do SUS.

Além disso, os dados usados são de 2023 — e entre a coleta, consolidação e divulgação, houve uma defasagem de quase dois anos. Desde então, a situação de Andradina se deteriorou drasticamente, com a diminuição de profissionais da saúde e aumento da demanda reprimida.

GOVERNANÇA E TRANSPARÊNCIA: FALTAM RESPOSTAS

A gestão municipal tem evitado assumir publicamente a gravidade da crise. Os investimentos em saúde ultrapassam os 15% exigidos pela legislação, mas a alocação desses recursos permanece nebulosa. Onde está o dinheiro? Por que, mesmo com orçamento robusto, faltam insumos básicos nos postos de saúde? Faltam transparência, planejamento e fiscalização.

O governo municipal celebra os índices da Firjan como troféus políticos, enquanto a população amarga a espera por atendimentos e tratamentos essenciais. É o típico caso de marketing administrativo em detrimento da vida real.

NÚMEROS SÃO IMPORTANTES, MAS NÃO SÃO TUDO

A posição de Andradina no IFDM pode, à primeira vista, gerar sensação de avanço e competência administrativa. No entanto, é preciso ir além dos números e olhar para os corredores das unidades de saúde, ouvir os usuários do sistema, conversar com os profissionais da linha de frente.

A saúde de Andradina não vai bem — e afirmar o contrário com base apenas em um índice estatístico é uma forma de desinformar a população e mascarar a crise.

Andradina precisa, urgentemente, de ações concretas, políticas públicas eficazes e gestão séria para enfrentar os desafios reais do setor. Somente assim será possível transformar os bons números em qualidade de vida para quem realmente importa: o cidadão.

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